sexta-feira, 14 de setembro de 2012


Sou homem e faço Pedagogia sim, e por que não faria ?  




    É  notório como as pessoas reagem quando digo que estudo Pedagogia, imagino que a primeira ideia que se apresenta em suas mentes é: “como pode um homem fazer pedagogia?”. A meu ver, a pergunta é pela simples concepção de que educar é tarefa essencialmente feminina, que homem não tem uma habilidade e nem "capacidade" para educar e cuidar de crianças na Educação Infantil.

     Ainda possui  a tendência de pais e gestores acharem que homens não devem lecionar em creches. Ao passar em concursos públicos, professores homens precisam provar suas habilidades, além de ter sua sexualidade posta em dúvida.

     Durante muito tempo a educação foi responsabilidade da mulher já que esta era possuidora de “dons naturais para cuidar”, tornando a educação infantil uma vocação e não uma profissão (SAYÃO, 2005). Entretanto, as definições de educação infantil foram assumindo corpo e forma ao longo dos anos e, em 1988, foi incorporada na Constituição Federal, sendo mais bem explicada e organizada na LDB 9.394/96.

     Assim, o número de homens nos cursos de Pedagogia, apesar de ser pequeno, vem crescendo a cada ano, mesmo sabendo que ainda ocorre um pouco de preconceito, não podemos esquecer que com o tempo está ocorrendo uma mudança cultural, social onde algumas pessoas estão tendo uma visão maior para a aceitação do homem nas salas de Educação Infantil. As crianças precisam ter contato com adultos fortes e atuantes, deambos os sexos, em todos os lugares, especialmente na escola, ondeelas começam a se socializar fora da família. "Tanto nas atividadespedagógicas quanto nas esportivas ou recreativas, os pequenos vãoaprender a respeitar diferentes identidades, porque a sociedade é formada por ambos os sexos", afirma Deborah Thomé Sayão, pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina.


     Além disso, as construções mentais feitas durante séculos dão conta de que estudar para ser professor é ruim, feio e não dá retorno financeiro (o que pode até ser verdade, se avaliarmos a atual política de valorização docente). Além da imagem de "profissão de mulher", outro fato que afasta oshomens da carreira é a remuneração. "A sociedade ainda vê ohomem como o provedor do lar. Por isso, espera-se que ele opte por uma profissão que o faça financeiramente independente e capaz de manter casa e família. E professores de séries iniciais são os mais mal remunerados da carreira do magistério", analisa Maria CristinaMantovanini.


     Entretanto, muito mais que estudar para lecionar crianças de Educação Infantil (zero a cinco anos), o profissional licenciado em Pedagogia é apto a exercer outras funções, como Orientação Pedagógica, Gestão Escolar, Coordenação, entre outras. São, inclusive, por esses caminhos que estudantes do curso, tenha essa escolha, escolheram fazer o curso para poder trabalhar com educação, mas não necessariamente em sala de aula. Esta realidade é ainda maior entre os alunos homens.