segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Fique por dentro sobre deficiências!!!!


DEFICIÊNCIAS

Ø OMS (Organização Mundial de Saúde) conceitua no domínio da saúde, como qualquer perda ou anormalidade da estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica.

Ø Constituição de 1998 - Em nível de Constituição representa todo e qualquer comprometimento que afeta a integridade da pessoa e traga prejuízos na sua locomoção, coordenação de movimento, fala, compreensão de informações, orientação espacial, percepção e contato com outras pessoas.

Ø Reconhece quatro tipos e dispensa tratamento diferenciado às pessoas com estas deficiências:

1) DEFICIÊNCIA FÍSICA - Comprometimento da mobilidade, má formação congênita.

2) DEFICIÊNCIA MENTAL - Atraso e lentidão no desenvolvimento mental (maneira de falar, escrever, caminhar, etc.).

3) DEFICIÊNCIA VISUAL – Limitação no campo visual (diminuição na percepção de cores e dificuldades de adaptação à luz).

4) DEFICIÊNCIA AUDITIVA/ SURDEZ ou hipoacúsia é a diminuição na capacidade de ouvir de um indivíduo. É através da audição que aprendemos a identificar e reconhecer os diferentes sons do ambiente. As informações trazidas pela audição, além de funcionarem como sinais de alerta, auxiliam o desenvolvimento da linguagem, possibilitando a comunicação oral com os nossos semelhantes.

Ø ANACUSIA – Diferente da surdez, onde existem resíduos auditivos, nela não há audição por haver uma lesão na orelha que apresenta um comprometimento significativo.

CLASSIFICAÇÃO DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA

QUANTO A ORIGEM:

Ø SURDEZ PRÉ-LINGUAL: Origem congênita ou anterior à fase de desenvolvimento da fala e da linguagem (mais dificuldades educacionais).

Ø SURDEZ PÓS-LINGUAL: Perda da audição posterior à fase de surgimento espontâneo da fala e da linguagem.

QUANTO AO GRAU DE SEVERIDADE:

Ø AUDIÇÃO NORMAL – De 0 a 20 dB (decibéis)

Ø LEVE - De 21 a 40 dB

Ø MÉDIA OU MODERADA – De 41 a 70 dB.

Ø PROFUNDA – Acima de 91 dB.

CAUSAS DA PERDA AUDITIVA

Ø PERDA AUDITIVA PRÉ-NATAL – Alterações genéticas, rubéola, caxumba, sarampo, toxoplasmose e outras patologias que acometem a mãe antes do nascimento do bebê.

Ø PERDA AUDITIVA NEO-NATAL – Fator RH incompatível, parto demorado e com complicações, o de intensidade nas contrações intra-uterinas causando danos cerebrais ao bebê.

Ø PERDA AUDITIVA PÓS-NATAL - Sífilis, meningite, traumatismos locais, viroses, acidentes domésticos variados e outros fatores que ocorram após o nascimento do bebê.

Ø EXPOSIÇÃO A RUÍDOS – Se repetitiva, causa lesão no ouvido interno provocando surdez definitiva e irreversível.

Ø PRESBIACUSIA – Ou surdez do idoso, aumenta gradativamente.

Ø PERDA AUDITIVA POR MEDICAMENTOS – Causada pelo uso contínuo de determinados medicamentos.

DIAGNÓSTICO DA SURDEZ

Ø Leva-se em conta a história do paciente, exames do ouvido e testes com diapasões, os quais determinam o tipo de surdez (condução e percepção).

Ø A audiometria, o mais importante e outros exames com equipamentos especiais avaliam o grau de audição.

Ø Surdez associada à tontura investiga-se o labirinto e o sistema nervoso do paciente.

Ø Quando há suspeita de tumor faz-se necessário o uso da ressonância magnética.

COMO PREVENIR A SURDEZ

Ø Na surdez hereditária a prevenção é feita pelo médico através do aconselhamento genético dos pais.

Ø Vacinação contra rubéola de toda mulher dos 15 aos 35 anos. A vacinação é simples e altamente eficaz.

Ø Cuidados médicos pré-natal com a gestante evitam possíveis casos de surdez, tais como administração de remédios tóxicos ao ouvido da criança, ingeridos pela gestante.

Ø Após o nascimento da criança, cuidados com certos antibióticos que podem ser ototóxico.

MUDEZ

Ø Deficiência física também chamada de afonia, que consiste na incapacidade total ou parcial de produzir a fala.

Ø Suas principais causas são de origem física, podendo estar relacionada com a boca, a língua, a garganta, as cordas vocais, os pulmões e /ou outros órgãos.

Ø Pode ser adquirida também como seqüela de acidentes e/ou exposição demasiada a determinados produtos químicos.

BREVE HISTÓRICO SOBRE A EDUCAÇÃO PARA OS SURDOS

Ø Aristóteles, o grande filósofo da era 384-322 a.C, que acreditava na idéia de que a linguagem é que constituía a base para o homem tornar-se um ser humano, excluía o surdo, não o considerando humano.

Ø Os povos judeus divididos pelas inúmeras referências entre as Bíblias Cristãs e as Sagradas Escrituras a despeito do tratamento aos deficientes, quando do nascimento de um filho com deficiência, considerava como um castigo de Deus. Acreditava-se que Ele castigava as pessoas impuras e as condenava enviando-lhes ou doenças ou descendentes com qualquer deficiência física.

Ø Até o século XV, não se houve falar em nenhum avanço quanto à educação dos surdos, considerados imbecis e colocados às margens da sociedade que não aceitava suas diferenças, excluindo-os de qualquer direito social.

Ø No Ocidente, por volta do século XVI, o espanhol Pedro Ponce de Leon, demonstrou que os deficientes auditivos por meio de procedimentos pedagógicos adequados poderiam aprender sem a interferência sobrenatural, como se era pensado na Antiguidade e durante boa parte na Idade Média.

Ø Muitos professores, mais conhecidos como preceptores, inventavam seus próprios métodos a partir da leitura-escrita e instrumentalização de diferentes técnicas de desenvolvimento da leitura labial e articulação das palavras. Porém, não era costume interagir com os demais, nem dividir experiências, o que tornou desconhecido diversos trabalhos desenvolvidos nessa área da educação.

Ø No século XVIII O abade Charles M. De L’Epée foi o primeiro representante da abordagem gestual que através de estudos das características próprias da Língua de Sinais, pela análise da comunicação viso-gestual, observada entre grupos de deficientes auditivos, desenvolveu um novo método educacional, denominado “sinais metódicos”, agregando à Língua de Sinais já existente, outros sinais que aproximavam sua estrutura à do “método francês” de educação dos surdos.

Ø Congresso de Milão em 1880 – Marco Histórico, determina que a Língua de Sinais deveria ser usada para apoiar a Língua Oral, como conseqüência o Oralismo invade a Europa.

Ø A Conferência Mundial de Educação Especial, realizada em Salamanca, Espanha, entre os dias 07 e 10 de junho de 1994, reafirmou a intenção do mundo em constituir uma educação para todos, reconhecendo principalmente a necessidade de um sistema educacional voltada para os deficientes, através da Declaração de Salamanca.

Ø As referências da surdez no Brasil, afloram segundo Rinaldi (1998), em 1855 no governo imperial de D. Pedro II, com a chegada do professor francês Hernest Huet, que ficou surdo aos doze anos de idade, a convite do imperador para iniciar um processo de educação de duas crianças surdas que tinham bolsas de estudo pagas pelo governo (Goldfeld, 1977).

Ø Setembro de 1857 é inaugurada a primeira escola para atender meninos surdos no Brasil, denominada Imperial Instituto de Surdos – Mudos, o atual INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos), hoje Órgão do Governo Federal, pertencente ao Ministério da Educação, considerado como Centro Nacional de Referência na área da surdez.

Ø A Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (FENEIS), instituição privada, sem fins lucrativos e de grande importância para o Brasil, foi criada em 16 de maio de 1987. Referência máxima na luta dos surdos em prol da garantia dos direitos lingüísticos e culturais, divulgando a importância da LIBRAS como meio de comunicação natural dos deficientes auditivos.

Ø No Século XX surgem várias escolas como: Instituto Santa Terezinha para meninas surdas em São Paulo, Escola Concórdia em Porto Alegre, Escola de Surdos de Vitória, Centro de Audição e Linguagem Ludovico Pavoni (CEAL/LP).

LIBRAS (LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS)

Ø É considerada a língua materna dos brasileiros com deficiência auditiva, sendo o Português sua segunda língua. Como tal, pode e deve ser aprendida por qualquer pessoa interessada em manter comunicação com eles.

Ø A Lei nº10. 436, de 24 de abril de 2002, reconhece a LIBRAS, como língua natural, utilizada pelos cidadãos brasileiros com deficiência auditiva, seguida pelo Decreto Lei nº5. 626 de 22 de dezembro de 2005, que a regulamenta, assinadas pelo presidente Sr. Luís Inácio Lula da Silva e o Ministro da Educação Sr. Fernando Haddad, no governo FHC.

Ø O Projeto desse Decreto no Capítulo I – Fala da inclusão da LIBRAS como componente curricular obrigatório nos cursos de formação de professores (magistério,nível médio e superior) nos cursos de fonoaudiologia, instituições públicas e privadas, do sistema federal de ensino.

Ø Aborda também sobre o professor e instrutor de LIBRAS, da formação do tradutor e intérprete de LIBRAS-Língua Portuguesa.

Ø Da garantia do direito à educação e saúde das pessoas com deficiência auditiva.

Ø A Senadora Benedita da Silva, através do Processo 4857/98, já reconhecia essa necessidade.

Ø A Resolução nº2 de 11 de setembro de 2001 inclui na Lei nº9394/96 que estabelece Diretrizes e Bases da Educação Nacional, atendimento à Educação Especial na educação básica, em todas as suas etapas e modalidades.

Ø ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Federal nº8069/91, no qual imputa ao Estado e à família o acesso à escola, como direito fundamental, possibilitou o embasamento legal para a entrada e permanência deste educando no contexto educacional.

POR QUE LÍNGUA E NÃO LINGUAGEM?

Ø Porque possui todos os elementos classificatórios identificáveis e uma demanda de prática para seu aprendizado, como qualquer outra língua.

Ø Estudos realizados com indivíduos surdos demonstram que a LIBRAS apresenta uma organização neural semelhante à Língua Oral, ou seja, se organiza no cérebro da mesma forma que as línguas faladas.

Ø Mesmo sem som a LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS tem variações regionais e gírias.

Ø A LÍBRAS não é universal, existem 114 línguas de sinais no mundo.

A LIBRAS POSSUI CINCO PARÂMETROS:

Ø DIRECIONALIDADE – Para onde as mãos e o rosto se dirigem.

Ø PONTO DE ARTICULAÇÃO – De onde parte o movimento.

Ø A CONFIGURAÇÃO DAS MÃOS.

Ø O MOVIMENTO PROPRIAMENTE DITO.

Ø Profissionais brasileiros em 1986 passaram a defender a Língua de Sinais utilizada por diversos surdos em todas as capitais brasileiras denominadas por LSCB (Língua de Sinais dos Centros Urbanos Brasileiros), como também a LSUK (Língua de Sinais dos Índios Urubus-Kaapor), descoberta pelo lingüista americano do Summer Institute, mais tarde pesquisada pela doutora Lucinda Ferreira Brito, incentivando assim, o tema da surdez.

Ø Em 1857 foi publicado o primeiro livro com sinais usados no Brasil, o Iconographia dos Signaes dos Surdos-Mudos , de Flausino da Gama (sendo usado os mesmos sinais franceses com a tradução em português).

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